domingo, 1 de junho de 2014

Como a esquizofrenia pode alterar as percepções


         A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento que a convença do contrário.

  

          Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios para loucos, porque pouco se sabia a respeito da doença. No entanto, nas últimas décadas, houve grande avanço no estudo e tratamento da esquizofrenia que, quanto mais precocemente for tratada, menos danos trará aos doentes.

PRINCIPAIS SINTOMAS

         Há, basicamente, dois tipos de sintomas: os produtivos e os negativos. Os sintomas produtivos são os delírios e as alucinações. O delírio caracteriza-se por uma visão distorcida da realidade. O mais comum, na esquizofrenia, é o delírio persecutório. O indivíduo acredita que está sendo perseguido e observado por pessoas que tramam alguma coisa contra ele. Imagina, por exemplo, que instalaram câmeras de vídeo em sua casa para descobrirem o que faz a fim de prejudicá-lo. As alucinações caracterizam-se por uma percepção que ocorre independentemente de um estímulo externo. Por exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as vozes dos perseguidores, que dão ordens e comentam o que ele faz. São vozes imperativas que podem levá-lo ao suicídio, mandando que pule de um prédio ou de uma ponte.

        No outro extremo, estão os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa.

ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES E PACIENTES
       
       A primeira medida é esclarecer a família sobre as características da doença. Ela precisa entender que, se por acaso o paciente teve um surto de nervosismo ou agressividade (o que é raro em esquizofrenia), não se trata de mau caratismo ou maldade. Ele tem uma doença orgânica como qualquer outra, uma doença neuroquímica da qual é muito mais vítima do que agente malfeitor.
 
         Essa informação ajuda a família a compreender melhor o problema e as necessidades do doente. Em um terço dos casos, mesmo a psicose desaparecendo, fica uma pequena sintomatologia residual. A pessoa não volta mais a ser a mesma. Permanece a diminuição dos impulsos e ela não consegue mais dar conta do que fazia antes. Por isso, muitas vezes, é preciso baixar as expectativas em relação ao portador de esquizofrenia. Esse é um fator que pode até ser medido em questionários conhecidos como “Emoções Expressas da Família”. Trabalhos mostram que, quando se reduz a pressão familiar, melhora o prognóstico e diminui o número de recaídas.

          Louis Wain (1860-1939) foi um artista britânico que tinha esquizofrenia e, através de seus desenhos de gatos, representou claramente a sua progressiva fuga da realidade para a fantasia.

Wain, desde jovem, costumava pintar retratos de gatos para calendários, álbuns, cartões-postais, etc. Aos 57 anos, sua vida e sua arte apresentavam sintomas de psicose. Passou os últimos 15 anos da vida em instituições psiquiátricas. Os retratos dos gatos que pintava, tomaram uma forma ameaçadora. Reveladores de seu estado psicótico são os olhos dos gatos, que miram fixamente com hostilidade, mesmo num de seus primeiros desenhos desta fase.

Observem como eram os seus desenhos antes do diagnóstico de esquizofrenia:


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E após a instalação e cronificação da doença:

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Fonte: http://drauziovarella.com.br/letras/e/esquizofrenia/
psiconlinebrasil.blogspot.com.br

Consulte os sites acima para mais detalhes.

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