Um estudo publicado pela revista americana Science no dia 10/02/2012 revelou que o medicamento utilizado contra o câncer, bexaroteno, restaurou rapidamente as funções cerebrais normais de ratos de laboratório que sofriam do Mal de Alzheimer, um avanço que pode resultar no desenvolvimento de um tratamento para esta doença incurável e devastadora.
A substância fez desaparecer nos ratos até 75% das placas beta-amilóides, uma forma de proteína cujo acúmulo é uma das principais características patológicas do Alzheimer. Além disso, reverteu os sintomas da doença, como a perda de memória.
Após 72 horas do início do tratamento com o bexaroteno, os ratos começaram a exibir comportamentos normais.
Estes animais também recuperaram a memória e o olfato, explicou Daniel Wesson, professor adjunto de Neurociência na faculdade de Medicina Case Western, em Cleveland (Ohio), principal co-autor do estudo. Ele notou que a perda de olfato é, geralmente, o principal sinal de Alzheimer nos humanos.
Esta pesquisa foi baseada na descoberta, em 2008, do Dr. Landreth (autor principal do estudo em questão) sobre o fato que o principal veículo do colesterol no cérebro, uma proteína chamada Apolipoproteína E (ApoE), também facilita a destruição das beta-amilóides. Um aumento dos níveis da ApoE no cérebro acelera a "limpeza" das placas amilóides que se acumulam.
O bexaroteno, inicialmente desenvolvido pelo laboratório americano Ligand Pharmaceuticals com o nome de marca Targretin, foi aprovado pela Agência Americana de Medicamentos (FDA) em 1999. Ele trata um câncer raro (linfoma cutâneo de células T) e, agora, pode ser uma esperança para os portadores de Alzheimer.
A figura abaixo mostra o cérebro saudável e em diferentes fases da patologia. Ocorre redução do hipocampo, que é a principal região responsável pelos processos de memória.
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