Muitas pessoas se confundem com relação ao significado dessas palavras.
Dor de cabeça é uma terminologia popular e dispensa explicações. Um aspecto interessante é que, embora o queixo, o nariz e os olhos estejam situados na cabeça, ninguém que sinta uma dor numa dessas estruturas diz ter uma dor de cabeça. Assim dizem, apenas quando a dor é na região do crânio.
Cefaléia é um termo técnico e significa exatamente o mesmo que dor de cabeça. Assim, não faz sentido dizer o que freqüentemente se ouve: “O que tenho não é cefaléia, é somente uma dor de cabeça!”
A Enxaqueca é uma forma de cefaléia, mas não a única. Para se ter uma idéia, a Sociedade Internacional de Cefaléia reconhece mais de 150 modalidades de dor de cabeça. Entre os médicos especialistas em dor de cabeça, alguns preferem chamar a enxaqueca de migrânea. A enxaqueca (ou migrânea) é uma doença herdada geneticamente, como demonstram as pesquisas que estudam famílias inteiras e pares de gêmeos. Portanto, não se deve dizer que a enxaqueca é algo “normal” ou “com que se deve acostumar”. A enxaqueca tem tratamento e os pacientes se beneficiam grandemente dele, embora, na maioria das vezes não seja possível evitar completamente as crises.
O diagnóstico da enxaqueca é clínico.
Algumas particularidades permitem distinguir clinicamente a enxaqueca de outras formas de cefaléia. A seguir, apresentaremos algumas das características da enxaqueca.
Manifestação por crises – Caracteristicamente, a enxaqueca se manifesta por crises que duram de 4 a 72 horas, se não tratada. Quando utilizados medicamentos abortivos das crises apropriados, a duração pode ser bem menor.
Tipo e intensidade da dor – A dor da enxaqueca é, mais freqüentemente, unilateral, podendo haver variação de lado entre as crises, e é descrita como latejante (pulsátil), na maioria das vezes. A intensidade é moderada ou forte na maioria das crises, ou seja, interfere ou impede a realização das atividades habituais.
Aura – Algumas pessoas que sofrem de enxaqueca apresentam, na fase que precede a crise de dor, fenômenos neurológicos transitórios a que se dá o nome de aura. As auras mais comuns são as visuais. Nesses casos, o paciente refere enxergar manchas no campo visual. Mais freqüentemente, essas visões são compostas por linhas brilhantes, em ziguezague e que compõem um arco com a convexidade voltada para a parte externa do campo visual. Iniciam-se pequenas e vão se ampliando progressivamente dentro de minutos até uma hora, chegando a tomar toda a metade do campo visual. Outras auras freqüentes caracterizam-se por sensação de dormência de um membro, geralmente, nas pontas dos dedos, ou na língua ou lábios. Formas menos comuns incluem incapacidade temporária para falar (afasia) ou fraqueza (paresia) de um ou mais membros de um lado do corpo.
Duração das crises | 4 a 72 horas, se não tratadas |
Tipo de dor | Pulsátil(latejante), na maioria das vezes |
Intensidade da dor | Modera a forte na maioria das crises não tratadas |
Fenômenos acompanhantes | Intolerância à luz (fotofobia), aos ruídos (fonofobia) e aos odores (osmofobia), náusea, vômito |
Fatores de agravamento | Movimentos súbitos ou inclinação da cabeça, esforços físicos ou mentais, decúbito (em alguns pacientes) |
Fatores de melhora | Sono (em alguns casos), aplicação de gelo, compressão das têmporas |
Fonte:Sociedade Brasileira de Cefaléia (www.sbce.med.br)
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